33 Anos do SUS no Brasil: Uma Jornada de Transformação na Saúde e nos Direitos da Mulher

Há três décadas, o Brasil trilhava um caminho histórico ao inaugurar o Sistema Único de Saúde (SUS), uma iniciativa pioneira que se tornaria uma referência global em acesso universal e integral à saúde. O SUS, desde sua concepção, propôs uma mudança radical, rompendo barreiras sociais e econômicas que por muito tempo limitaram o acesso dos brasileiros aos serviços de saúde.

Ao longo dos anos, o SUS evoluiu de uma promessa audaciosa para um pilar essencial da sociedade brasileira. Sua proposta de oferecer assistência médica gratuita a todos, independentemente de condição financeira, tornou-se uma bússola ética para outros países em busca de sistemas de saúde mais inclusivos.

A trajetória do SUS na melhoria da saúde da mulher é digna de destaque, o que é, aqui, um objeto deste breve texto.

Avançamos de maneira significativa ao reconhecer a importância da atenção integral à saúde feminina. As mulheres, antes relegadas a segundo plano em algumas esferas do sistema de saúde, agora contam com serviços especializados e atendimento humanizado em todas as fases de suas vidas.

Um marco importante nesse percurso foi a conquista do direito das mulheres de terem acompanhantes em consultas e procedimentos médicos, uma medida que não apenas reconhece a importância do apoio emocional, mas também responde a uma demanda urgente por segurança. Essa vitória surgiu a partir de denúncias de abuso sexual em ambientes de saúde, desencadeando uma mobilização que resultou em mudanças significativas na legislação e na prática cotidiana dos serviços de saúde.

Hoje, as mulheres brasileiras podem usufruir de um direito que vai além do acesso à saúde física: o direito a um atendimento respeitoso, digno e compassivo. A presença de acompanhantes não apenas fortalece o suporte emocional, mas também cria uma barreira contra situações de vulnerabilidade, garantindo que cada consulta seja um espaço seguro.

Essa evolução na abordagem da saúde da mulher não teria sido possível sem a resiliência do SUS em adaptar-se aos desafios contemporâneos. O sistema, ao incorporar as vozes e necessidades das mulheres, continua a ser um agente transformador na construção de uma sociedade mais justa e equitativa.

À medida que celebramos os 33 anos do SUS, olhamos para o futuro com a consciência de que há ainda desafios a enfrentar.

A luta por uma saúde integral e justa é constante, mas os alicerces sólidos do SUS nos inspiram a perseguir um sistema de saúde cada vez mais humano, inclusivo e comprometido com os direitos da mulher.

Por Roberto Maldaner